domingo, 5 de setembro de 2010

Devaneios - Pt.1

A interpretação é a maior peça do quebra-cabeça. Interpretação. Seja onde for. A comunicação depende da interpretação. Os estudos dependem da interpretação, o trabalho, o entendimento de toda e qualquer informação. Uma engrenagem da sociedade, não só atualmente, mas sempre. O entendimento de minhas escrituras vai depender da tua interpretação, assim como as próprias relações sociais dependem da interpretação. A vida depende da interpretação. E, dependendo de qual for, terei uma original imagem da realidade. A realidade não muda. O que muda é a maneira como a olhamos. A interpretação constrói a realidade.

A construção de uma realidade é impulsionada em diversas etapas. Depois de uma cuidadosa avaliação a respeito dos fatores sociológicos, começa-se a ter uma visão da realidade. Em forma prematura, a imagem da realidade é perigosa. Em meio a equívocos, pode-se ir contra o que se julgaria certo, por conta de um julgamento errado. A personificação da realidade é outro equívoco. Não é um elemento com comportamento próprio e ações voluntárias. É uma construção universal, que envolve todo e qualquer fator de toda a vida. A mudança da imagem da realidade pode ser feita de diferentes formas. Pode ser alterada por toda a base estrutural, o que inclui sistemas políticos, econômicos, diplomáticos, etc; ou pela mudança do olhar pessoal. No primeiro exemplo, desmonta-se peças errôneas – no julgamento de quem as julga errôneas - da sociedade e coloca-se em seus devidos lugares. No segundo, o próprio individuo muda sua maneira de enxergar. O subjetivismo da realidade é interativo por essa causa. Podemos ver o que quisermos, ao longo do que nos permita.

Como eu disse, peças sociais são errôneas para quem as julga errôneas. Então embora a pessoalidade de toda a realidade seja boa por ser interativa, torna complicado o convívio social. A relatividade do certo e errado.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Se eu encontrasse algum tipo de mágico de Oz,
eu poderia pedir para me tornar um homem-lata?

Ou se encontrasse alguma fada madrinha,
eu poderia pedir para me tornar um boneco de madeira, como Pinocchio?

Tenho tanto a escrever. As eleições se aproximam cada vez mais.
Queria eu, realmente, desembaraçar meus devaneios e, sem misturas emocionais, continuar minhas publicações.
O que acontece é que, a lógica me engana, e eu caio. Como diz Paul Banks, eu possuo 3 gêneros de "sim", me confortam.

Canetas, carimbos, teclados, grampeadores, papéis. Imbatíveis companheiros. Melhores amigos.

Alternando entre um universo noir e um êxtase profundo de enganação crônica, não importa o quão alto eu subo, eu posso cair até o começo a qualquer segundo. Lar, doce lar. Cumprimento os ratos e conto as novidades às baratas. Barulhos de trilhos rangendo e tomates podres sendo devorados por insetos. Me lembra um corte num pão frânces.
O lado bom de tudo é que existe uma troca de mentes. Tem o turno canino, pornográfico e hormônico. Tem também o turno inseguro, barulhento e esburacado.
Eu vou lá embaixo e me afogo em nutrição.
Assim como faço nutrir. Onomatopéias sempre me fizeram tão bem.
Torno a escrever se algum dia minha cabeça voltar ao normal.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quanto tempo!

Saudades desse saco de pancadas aqui. Eu despejo todos meus pensamentos mais aleatórios, é tão confortável.
Tenho estado meio longe disso aqui, nunca mais escrevi, e tenho lá meus motivos - mesmo que não os conheça.
A grande verdade é que espero escrever um pequeno livro até o fim desse ano. Palavras bem jogadas ao vento, nada muito concreto, vou tentar usar uma visão objetiva, mas sei que não vou conseguir por muito tempo, saindo da imparcialidade.
Minhas reflexões tem sido bem raras, não me perguntem o motivo. Eu não sei. Eu sinto falta dos pensamentos tão constantes que apareciam de vez em quando.

Mudando um pouco de assunto, sem mudar demais, eu gostaria de comentar sobre as estatísticas e previsões da economia brasileira.
Não existe previsão. Não existe estatística. Não mais, não na realidade de hoje. A economia não é mais aquilo que todos querem dominar. É aquilo do que todos querem abrir mão.
Uniões de bancos, estatizações em toda a américa latina, aumento do poderio bélico por todo o planeta, tudo gera um contrasenso. A economia não é estável. Pelo contrário, é flexível, é metamórfica, é INCONSTANTE.
Não posso prever algo que não sei nem se existe!
A própria base da economia de mercado já diz tudo. É uma dependência gigantesca, então, se temos um país com uma economia neoliberal como o Brasil, temos um país com uma economia totalmente descontrolada pelo estado, que pensa poder prever o futuro econômico do país. Quem pode prever não são chefes de estado, são chefes das grandes corporações que predominam no estado.
O pior é que os chefes de estado não sabem o quanto prejudicam a autonomia estatal quando abrem de tal forma a economia do país. O povo já não tem controle sobre a economia brasileira. Logo, o estado não terá também.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Carceragem doméstica.



Passa no balanço geral: homem assalta e mata advogado. As senhoras que assistem pensam "Nossa, como o mundo está hoje! Não vou sair de casa nunca mais".
Quem sabe sobre os créditos e débitos do advogado?
Nada foi dito.
Nos prendem, nos amedrontam, tudo sem dar a menor explicação.
Se a senhora sair de casa, vai morrer. Se não sair, não vai viver.
Não há diferença.
Não existem só projéteis e lâminas por aí.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Suplicy e a crise no senado.

Andei tentando tirar fotos da lua cheia. Até que consegui umas legais.


Mandei hoje um e-mail para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Mandei um e-mail expressando minha admiração, meus sentimentos quando o vejo agir.
Os casos recentes do senado me fizeram feliz, me mostraram que o homem tem vontade de fazer justiça mesmo quando não há mais sinal de esperança. Suplicy abriu seu coração, pôs a raiva sincera para fora. Fez a corja imunda do senado rir, fez seus oposicionistas irados, e fez seus admiradores brilharem os olhos.
Suplicy é a personificação da política correta, eu disse no e-mail em que mandei. Não o julgo por estar ainda em um partido que afogou seus ideais faz tempo. O amor pelo partido não é fácil de largar. Só espero que Suplicy não se deixe levar pelo partido, como fez Lula, Genuíno, e recenemente Mercadantes.

sábado, 4 de julho de 2009

Acredite se quiser.


As religiões são fontes de esperança, são portos seguros. Se tornaram tão normais, que se nos dissermos ateus ou agnósticos, somos condenados ou vistos com maus olhos.
O que leva o ateu ao ateísmo?
Naturalmente, um ateu conhece o cristianismo. Ele não o adota pois não concorda com muitas de suas idéias, ou porque simplesmente não acredita na possibilidade de um deus existir.
O que leva o cristão ao cristianismo?
Dois casos. Ou o cristão se identifica com a religião e sente-se seguro com a mesma, ou, por influência de seus familiares e por medo de "ir para o inferno".

O primeiro caso é totalmente aceitável. Admiro até quem se baseia em religiões para viver seus dias e tratar as pessoas.
No segundo caso, temos um exemplo de hipocrisia, de demagogia.
Muitos ateus já leram a Bíblia. Eu, por exemplo, li o inteiro livro. Muitos cristãos não sabem nem quem foi Caim.
Muitos cristãos desrespeitam as leis de seu deus todos os dias da semana, e só lembram dele na hora de pedir proteção e uma vida melhor.
Muitos cristãos não sabem nem as últimas palavras de seu messias, Jesus.
Por que acolhem o cristianismo?
Eles não acolhem. Eles se sentem acorrentados, na obrigação de ter uma religião, caso o contrário, irão viver um inferno aqui, e quando morrerem.
Medo de ir para o inferno, medo de viver mal, até mesmo medo de um castigo.
Pois eu digo,
se Deus manda um canalha para o céu por ser cristão, e um honesto e bom homem para o inferno por ser ateu,
Deus é o maior picareta de todos.